Templos do futebol pela América do Sul

Guilherme Renso

Ele mexe com a cabeça de muita gente e sempre faz seus fãs dormirem mais tarde às quartas-feiras. É claro que eu estou falando do futebol,  conhecido ainda como caixinha de surpresas, divertimento para alguns e coisa sério, muito séria mesmo, para outros. Tudo isso é válido, desde que encarado de uma forma que o resultado ou desempenho de jogador não seja motivo para brigas e confusões nos estádios. Combinado?

Falando em estádio, a América do Sul é repleta de palcos que já receberam duelos históricos. Nesse sentido, o Maracanã e a palavra eterno são coisas que praticamente se misturam. A Larissa Maciel, do Rio Grande do Norte, comentou que, ao visitar as instalações do Mário Filho, seu “nome de batismo”, um filme passou em sua mente. Ela lembrou de todas as partidas que ela havia assistido pela TV e que foram realizadas naqueles gramados.

 003-diver-foto-1-visita-tour-maracana  

“Me arrepiei em ver o vídeo que passa nos vestiários, com a decisão por pênaltis da seleção olímpica em busca do suado ouro. Daí, conseguimos assimilar que realmente estava vivendo aquele momento. Que era real.  Acho que o Maracanã nos leva a sonhar. A sentir emoções por outras pessoas que não podem desfrutar daquele momento. Talvez, hoje o que falte para a sua melhor valorização seja justamente isso: emocionar-se. Lembrar o seu significado. É um patrimônio do povo apaixonado por futebol”, completou Lari.       

Agora nós vamos decolar da pátria tupiniquim rumo aquele que é considerado o nosso maior, ou um dos nossos maiores rivais dentro das quatro linhas: a Argentina, de Dieguito “La mano de dios” Maradona. Por lá, um dos temidos templos é a caixa de bombons, ou, para os mais íntimos, La Bombonera, do Boca Juniors. O palestrino Jonatas Deniz conheceu as arquibancadas, o museu do estádio e aproveitou para dar uma bela secada na casa do adversário de seu time. Coincidência ou não, o Palmeiras venceu o Boca por 2x0, em uma partida histórica válida pela fase de grupos da Liberta.

03-diver-foto-2-argentina-la-bombonera 

“Para fazer o tour, é só comprar o ingresso na bilheteria do Museu do Boca, que fica ao lado do estádio. As taças conquistadas por aquela equipe ficam dentro de uns “aquários”. Se comparado ao do River, o museu é bem simples, mas vale a visita”, opina Jonatas.

De Buenos Aires nós seguimos até Montevidéu e a raça, além da ligeira catimba uruguaia. Foi lá que o Diego Costa e sua amada Victória Drigo desembarcaram para, entre outros lugares, passear pelo Estádio Centenário. “Me senti num túnel do tempo. Apesar de antigo e precisando de algumas reformas, o museu do futebol é extraordinário e oferece muitas peças originais, como camisas do Pelé e Maradona, além de alguns artigos da década de 1930”, relembra.

 003-diver-foto-3-uruguai-estadio-centenario

A parada número quatro, e última, é no Paraguai, no Defensores Del Chaco, Para tal missão, conversamos com o Thiago Campos. Ele e sua namorada Paula viveram uma experiência diferente das anteriores, já que teve a oportunidade de acompanhar duas partidas por lá.

“Em um dia, o Cerro reinauguraria sua cancha, contra o Rubio Ñu e, no dia seguinte, o Olímpia seria visitante contra o Deportivo Trinidense. Como amante das arquibancadas, gosto de me misturar às barras, onde a bancada de fato pulsa. Então, no setor Sur, do Defensores del Chaco, era possível curtir de perto uma torcida que canta e apóia o tempo todo. O estádio é bem raíz, mesmo tendo passado por uma reforma recente, fica claro que conforto não é o que você encontra lá. Mas quem liga? O futebol gourmet é muito chato. Arquibancada não é teatro”, opina Thiago. 

003-diver-foto-4-defensores-del-chaco 

Thiago ainda dá uma dica para quem se animou e quer ter essa experiência. “Se estiver passando por Assunção, cheque a tabela da liga local. Ir ao estádio é uma das melhores coisas que você fará por lá”, conclui.

Chega aí

O tour do Maracanã tem início pela lateral do acesso AI, na rampa do metrô. Para adquirir os bilhetes, siga até os guichês do Portão 1, na Rua Radial Oeste. O horário das vendas é das 9h às 16h30. Para chegar até lá de metrô, use a Linha 2 e desembarque na estação Maracanã ou na São Cristóvão. O tour dura aproximadamente 40 minutos e, em dias de jogo, ele é encerrado três horas antes da abertura dos portões. O tour guiado fica R$ 60,00 e a meia-entrada é R$ 30,00. Já o tour não guiado é R$ 50,00 e, a meia, R$ 25,00. Mais informações, você pode ver aqui

A visitação ao estádio do Boca é das 10h às 18h e há duas opções: a expressa, que leva direto ao campo, e a guiada, pelos vestiários, sala das taças, entre outros. Os valores são, respectivamente 180 e 205 pesos.  Há diversas linhas de transporte público que passam por lá.  

O Museu do Futebol, no Estádio Centenário abre de segunda a sexta, das 10 às 17 horas e o preço em média é de 110 pesos uruguaios. Saiba mais aqui. Mas, caso queria dar uma escapada também até o Paraguai (nada mal, em?), confira o centro histórico localizado ali mesmo, no interior do Defensores. A casa foi inaugurada em 2006, para comemorar o 100º ano de vida da Associação Paraguaia de Futebol. O endereço é Mayor Martinez, 1393 - Asunción.