Caminho da Luz que leva à Capela militar de Santo Expedito

Guilherme Renso

Um emprego. A cura de uma doença. A casa própria. Esses são só alguns dos pedidos que chegam, a todo o momento, por meio de mãos equipadas com terços e muita fé, à capela militar de Santo Expedito, localizada no bairro da Luz, na capital paulista. Falando nela, eu vou contar um pouco como foi a minha ida até lá e, assim, espero ajudar aqueles que têm planos de fazer o mesmo.

De cara eu já adianto que o ideal é ir com tempo sobrando pois, além da visita à igreja, nas adjacências dela, há atrações tão belas quanto. A primeira que eu me deparei foi na frente da Estação da Luz. Estou falando do antigo e lindo prédio da Pinacoteca do Estado de São Paulo, fundado no dia de Natal de 1905. Papai Noel foi generoso no presente, então, tire o escorpião do bolso e entre lá. A arquitetura do local é só um dos pontos fontes, além de todas as obras que lá estão.

Aliás, a própria Estação da Luz já é uma atração à parte. Esse ponto de embarque e desembarque, junto com a estação Tiradentes do Metrô (Linha Azul), são as paradas mais próximas da Capela, sendo que, o segundo está a poucos metros da igreja e, o primeiro, ligeiramente mais distante e com as calçadas em piores condições. Para quem não é de Sampa, ou desconhece a região, vale dizer que a Luz está sempre brilhando, de tanta gente. Mas é muita gente mesmo. Então, para tirar algumas fotos, é recomendável planejar a visita em horários alternativos. Só não fique dando sopa pro azar e evite deixar o aparelho ou máquina em mãos. Como sabemos, a violência hoje, infelizmente, está em todos os cantos.    

 

Antes de ir às outras atrações, além do centro religioso, eu preciso dar outra dica, até para que ninguém perca tempo ou precise voltar alguns metros. Quem optar por desembarcar na estação da Luz, atente-se, pois ali é um dos poucos lugares nas redondezas, senão o único, onde há uma faixa de pedestre que permite a travessia até o outro lado da Avenida Tiradentes.

Depois que você atravessar, estará ainda mais perto da igreja e logo começará a ver uma construção amarela, que se destaca em meio a tantas outras. Trata-se do 1º Batalhão de Polícia de Choque Tobias de Aguiar. O prédio é do ano de 1891 e quem assinou o projeto foi um gênio no assunto chamado Ramos de Azevedo.

Agora é só virar à direita, ali mesmo na calçada do Batalhão, e dar uma passadinha no Museu de Arte Sacra de São Paulo, que fica na Doutor Jorge Miranda. Por sinal, vem a ser a mesma rua da Capela Militar de Santo Expedito. Ufa, chegamos.

“Ele é o santo do meu dia. Eu nasci em 19 de abril e, de uns tempos pra cá, tenho me aproximado cada vez mais dele. Só de ter vindo uma vez, pedir pelos meus filhos, recebi muitas graças. A gente pede, mas também é preciso fazer o mesmo caminho para agradecer”, comenta a senhora Elizabete de Vasconcelos.

Outro devoto que conversou comigo, na parte externa da igreja, foi Pedro Viana. A relação entre ele e Santo Expedito vem desde os seus 12 anos. Hoje ele está com 32. “Minha babá, muito devota, dizia que, se eu estivesse passando por algum apuro, era para pedir a intercessão de Santo Expedito. Um dia, eu peguei uma recuperação final em matemática e corria o risco de perder o ano. Eu consegui passar nessa prova e aqui voltei, naquela época, para agradecer. A fé que eu tenho na interseção desse mártir é maior que tudo. Eu venho aqui, pelo menos, três vezes por semana”, conta Pedro.  

A estrutura da igreja é formada pela capela more e por outra, chamada Capela da Imagem e da Relíquia de Santo Expedito. Essa é menorzinha, muito aconchegante e dá para ser acessada pela capela more ou por uma entrada independente mesmo. Ainda nela, os devotos se ajoelham e na frente da grande imagem de madeira do santo, tocam nela e deixam seus pedidos.