Nossa experiência no Templo Zu Lai | parte 2
Guilherme Renso
Hora de começarmos a contar sobre a segunda e última parte de nossa visita ao templo Zu Lai, em Cotia, São Paulo. Para quem perdeu a primeira matéria e não está se localizando, fique tranquilo, pois aqui vai uma breve contextualização. O local, aberto à visitação, é simplesmente maravilhoso e acolhe a tudo e a todos. No entanto, para isso é preciso seguir algumas normas básicas, das quais falaremos agora.
Já entrando no assunto e, também durante a conversa com o discípulo Aristides Dias, outra questão que abordamos são os modos com que algumas pessoas se portam. Segundo ele detalhou, todos são bem-vindos e lá chegam por diferentes motivos: aprofundar o contato com a religião, fazer uma imersão dentro de si mesmo ou até conhecer as instalações.
“Apesar de toda a natureza que nos cerca e os ambientes acolhedores, é preciso relembrar sempre que se trata de um centro religioso e, como qualquer outro, precisa ser respeitado. Na página do Templo, há algumas regras de condutas. Nós recebemos aproximadamente 50 mil pessoas por ano. No Ano Novo chinês, às vezes nós chegam a receber, no dia, 10 mil visitantes. Adequar-se ao ambiente beneficia todos aqueles que passam por aqui”, apontou Ari.
Sobre os fundamentos
Eu também quis saber um pouco mais sobre os fundamentos daquela religião e ele me contou que, de modo geral, todas as vertentes do budismo se fundamentam no Tripitakas. Ele vem a ser os manuscritos, a partir dos quais a doutrina budista foi erguida. São aproximadamente 84 mil ensinamentos, atribuídos ao Buda Shakyamuni, da Índia, país que originou a crença. “Quando não há o Tripitakas, não há templo Budista”, afirma.
Eu perguntei também como é a relação do budismo com as divindades. Segundo Ari contou, eles reconhecem em Buda um ser humano, não um Deus. Trata-se de alguém que atingiu um estado de iluminação, equivalente à extinção das aflições e da ignorância. Com esse norte, auxilia e expõe ensinamentos para que cada um possa também ir abrandando as suas aflições, ignorância e, quem sabe, cessá-las. Quando isso ocorre, eis então o chamado Nirvana.
Mas e a posição de Buda?
Tive a curiosidade de saber por que, em alguns templos, buda está sentado. Já em outras casas, em pé. Nesse sentido, as posições possíveis são três: a primeira mencionada indica estado meditativo; na segunda, a ideia transmitida é a de explanando e encorajamento à multidão. Por sua vez, quando a figura está deitada, trata-se ali da parinirvana, ou morte. “Ele está vivendo os seus derradeiros instantes de vida. Por isso ele responde à multidão ao redor com os últimos ensinamentos. São os chamados sutra das 42 sessões. O Buda é um só, as posturas que são diferentes”, aponta.
Já no final da conversa, eu perguntei de onde vinha a referência para aquela arquitetura e a resposta nos remete aos palácios chineses, mais precisamente da dinastia Tang. Uma das atitudes comuns dessa época é a permissão, da parte dos imperadores, para que o budismo fosse difundido pela China antiga e esses patrocinaram a construção de templos, protegiam monges e tornaram o budismo uma religião muito forte e presente. Por isso, os templos passaram a ser edificados com o estilo arquitetônico palaciano, representando a gratidão a esses imperadores ou a esta dinastia Tang.
O templo Zu Lai tem filial em SP, no RJ, Foz do Iguaçu e no Recife. A lanchonete aceita cartão, menos da Elo, e dinheiro. Para quem for no domingo, não deixe de aproveitar a prática de Tai Chi, que é aberta ao público.
O site do Templo é esse e você pode encontrar as orientações aos visitantes aqui.
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Nossa experiência no Templo Zu Lai – parte 1