Você nunca mais verá o Santuário Nacional da mesma forma!

Guilherme Renso

Quem pisa na Basílica de Nossa Senhora Aparecida sabe que a energia de lá não pode ser descrita em palavras. Trata-se de uma oportunidade para desligar-se do mundo e conectar-se com uma forte fonte de energização. A Basílica é para ser contemplada. Digo mais. Essa recarregada nas baterias espirituais leva anualmente até Aparecida do Norte e, segundo dados da própria casa de Maria, 13 milhões de devotos. A maioria em outubro, certo? Não! Novembro é o mês que ela mais recebe visitantes. São aproximadamente 1,5 milhão de pessoas. Ou seja: sabe aquela história que em outubro o lugar fica mais cheio e por isso seria mais tranquilo deixar a romaria dazamiga para o penúltimo mês do ano? Mais gente pensa assim.

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E para abrigar tantos fiéis, a estrutura é gigantesca. São duas mil vagas de ônibus, três mil de carros, 1.500 para os romeiros que podem chegar de moto, 400 motorhomes e 600 barracas de camping. Quer mais números? Aquela vela que você acende para fazer um pedido ou agradecimento, aos finais de semana, quando todos os restinhos são derretidos, ali mesmo no velário, viram placas, que viram velas novamente, podendo chegar a até dez toneladas.

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Como eu sei de tudo isso? Além do meu dever de jornalista de buscar essas informações, eu sou devoto (você já deve ter suspeitado, né?) e o Mochilaí teve a oportunidade de fazer uma visita guiada, noturna, com a Zenilda Cunha. Ela é uma papisa em história e principalmente nas explicações sobre o que cada canto do Santuário Nacional de Aparecida representa.  Ali dentro, da porta ao piso, passando pelos azulejos, nada é por acaso. Quer ver?

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Pisando em ondas

Uma das coisas que ela contou é que aquelas ilustrações onduladas no chão, repletas de peixes, representaram as ondas do Rio Paraíba do Sul, curso de água onde a imagem foi encontrada, por três pescadores, em 1717. Então, quando estiver lá, sinta-se caminhando sobre as águas do rio que dá nome ao vale onde Aparecida está situada. Não deixe também de olhar para o alto e admirar os arcos, ou o conjunto deles, ali construído para passar a ideia de círculo perfeito e representação do céu.   

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Outra coisa que eu não sabia e, quando me contaram eu dei o troféu “Nossa... até nisso eles pensaram” foram as grades. Você já percebeu que elas remetem a palmeiras? Não o time de futebol, mas à árvore mesmo. É que um dos primeiros nomes de nossa pátria amada, quando ainda habitada pelos povos indígenas, foi Pindorama, ou Terra das Palmeiras.

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Esse assunto de grade remete-nos a portas. Você sabe qual a entrega principal da Basilica? Eu também não sabia. O fato é que esse acesso é feito pela ala norte. Para ficar mais fácil de localizar, ela fica onde está o brasão enorme no chão que, como não poderia ser diferente, também é repleto de significados. Foi grafado em suas bordas a inscrição Basílica Nacional de Nossa Senhora Aparecida. O círculo no qual ele está inserido representa a presença de Deus. Também na esfera há as letras A e M, em alusão à dona da casa: Ave Maria.

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Mãos nas portas

Falando em entrada e, depois de ouvir isso, eu nunca mais olhei para as portas da Basílica da mesma forma. Repare que elas possuem, no conjunto com as vidraças, o formato de mãos. É Deus nos saudando através da Ave Maria e, quando vamos embora, Ele nos abençoa, aguardando o nosso retorno. Viu só?

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Por fim, a última dica nos coloca olhando para o altar, mais precisamente para a cruz do Nada. Quando o devoto está posicionado do Oeste para o Leste ou, no Leste para o Oeste, ela não pode ser vista. Já percebeu isso? Pois é. O objeto foi assim idealizado justamente para lembrar que é feliz aquele que acredita sem vê.

Eu tenho muitas outras coisas para contar sobre o Santuário. Mas farei isso na próxima conversa. Combinado?  


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