Rompendo a primeira fronteira do Brasil com o mundo

Amanda Bezerra e Rodrigo Guimarães

Rodrigo e eu acreditamos muito que viajar é libertar-se da rotina. Aliás, mais do que isso, ou como consequência, acabamos tirando um precioso tempo para nós e assim conseguimos viver a vida com calma, apreciar o tempo, a natureza e as paisagens. Neste percurso, independente do destino e junto com abertura de novos caminhos, ampliamos também a porta dos sonhos, repensamos a vida e nos damos oportunidades.

O primeiro mês vivendo na estrada nos apresentou muitas possibilidades. Pra vocês terem ideia, a intensidade dos acontecimentos e das relações que criávamos com as pessoas era tamanha que, por diversas vezes, ficávamos com a sensação de estarmos viajando há muito mais tempo.

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No entanto, mesmo munidos de muita gratidão pelo início positivo do Journey2World, sentíamos que faltava algo. Era a ansiedade por cruzar a primeira fronteira. Sabíamos que, naquele momento, a ficha realmente cairia e outras fronteiras também seriam cruzadas,mas agora aquelas nas nossas mentes.. Seguir para o primeiro destino internacional representava tirar os planos do papel, além de provarmos a nós mesmos que era possível. O mais difícil foi dar o primeiro passo e iniciar a mudança. A partir dali, era aprender a se equilibrar, literalmente como um recomeço.

 

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Com todo este contexto, dia 22 de dezembro de 2018 nós rodamos cerca de 700 quilômetros e entramos no Uruguai. A fronteira com o Chuí foi extremamente tranquila! Mas ainda assim estávamos meio anestesiados. A paisagem era muito parecida com aquelas encontradas no Sul do Brasil, então tudo só tomou forma na primeira parada, ao nos depararmos com outro idioma.

O Rodrigo havia trabalhado alguns meses na Argentina, tinha amigos no Chile e na Espanha, por isso estava mais familiarizado com o espanhol. Eu, Amanda, estudei por um tempo o idioma, mas havia oito anos e, fora isso, não tive oportunidades de praticar. Ao entrarmos no primeiro mercadinho para comprar água, a atendente nos recebeu dando boas-vindas e eu simplesmente paralisei. Me senti como uma criança que estava aprendendo a falar e não sabia pronunciar as palavras. Mas acredito que uma criança não teria tanto pudor, pois elas não tem medo de errar. Já nós adultos somos tão assombrados nas escolas e no mercado de trabalho com a ideia de que erros não são tolerados, que esta foi a minha reação.

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Óbvio que esta estreia se tornou uma piada para nós, afinal rir é a melhor alternativa. Mas assim que passou o momento de tensão conversamos sobre meu medo de falar e chegamos à conclusão de que nesta jornada, acima de tudo, estávamos nos lançando a uma das maiores escolas que alguém poderia ter: a vida! Esta seria a chance de aprender e nada como a humildade de assumir uma fraqueza e pedir ajuda a alguém. Além de um novo idioma, aquilo se tratava de reparar o ego e aprender a nos aproximar mais das pessoas.

 

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O fato de decidirmos cruzar a fronteira mesmo sem ter um voluntariado engatilhado, nos provou ainda mais que arriscar seria fundamental em alguns momentos. Passamos sete dias no Uruguai, a maior parte deste período estivemos no norte do país. Uma região espetacular que pudemos fazer o que mais gostamos: estar em contato com a natureza e descobrir suas belezas. Sobre essa aventura contamos na próxima matéria!

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