Parque Nacional do Itatiaia e Pico das Agulhas Negras: Ousadia e alegria

Guilherme Renso

Essa dica é para você que não pensa nem meia vez antes de fazer um programa que une natureza e uma pitada de aventura. Os dois têm presença garantida na região do Parque Nacional do Itatiaia e do Pico das Agulhas Negras.  

Para quem não conhece, o Parque, localizado em plena Serra da Mantiqueira, é muito grande e suas instalações ocupam a divisa dos estados de MG, via cidades de Itamonte e Bocaina de Minas, e o RJ, nos municípios de Resende e Itatiaia. Exatamente por isso, para que você não se perca nem lá, nem na matéria, vamos dividir essa conversa em duas bandas. Ou melhor, duas portarias: a da parte baixa e a da parte alta.

Se pensarmos de baixo, pra cima, a principal portaria que o turista encontra é o chamado Posto 1, ou sede do Parque, situada em Itatiaia. Por aquela entrada, será possível visitar o Museu e diversas cachoeiras, tais como o Véu da Noiva. Se depois de aproveitar essas águas ainda houver força, desbrave o chamado Três Picos, trilha de aproximadamente seis quilômetros, mata adentro, que ao final oferece uma vista do Rio Paraíba do Sul. Só tem um “but”. É recomendado ter preparo físico.   

Parte alta – a aventura

Já à região extrema do PNI, você pode chegar também pela Dutra, só que por um pequeno município chamado Engenheiro Passos, distante 12 km de Itatiaia.  Quer dizer, chegar foi uma força de expressão, pois, de Engenheiro Passos, é necessário seguir mais 23 km, pela BR 354, no Circuito das Águas, até uma região chamada de Garganta do Registro.  Daquele ponto, começa uma subida de 14 km até o Posto Marcão, conhecido como Portaria Mineira e antigo Posto 3. Chegou? Quase. Do Marcão, é só seguir mais três quilômetros até o Abrigo Rebouças.  Ufa.

As opções principais de picos para a empreitada são quatro: Pico das Agulhas Negras, o mais alto, com 2791 metros, seguido decrescentemente pelo Morro do Couto, Pedra do Sino e Prateleiras, respectivamente com 2680, 2670 e 2565 metros. Em todas elas, é necessário ter um profissional credenciado.

De acordo com o guia Carneiro, que cresceu na região e hoje faz das subidas o seu ofício, os picos mais visitados são o Agulhas e o Prateleiras. O cara nos conta também que a ordem de dificuldade depende das habilidades de quem está subindo.  “O Agulhas exige condicionamento. Já o Prateleiras é de cansaço médio.  Para quem quer levar crianças, eu indico o Morro do Couto, de caminhada leve e curta duração”, explica Carneiro.    

“Mas ele fez isso a vida inteira. É suspeito”, você pode estar pensando. Não por isso. Nós conversamos também com a publicitária e escritora Ana Govatto, de São Paulo.  “De 13 anos pra cá, eu passei a me interessar por viagens que incluíssem práticas de exercício. Faço muito trekking, bastante trilha, mas, no Agulhas, foi a minha estreia em algo tão desafiador. No primeiro dia eu subi o Couto e, no dia seguinte, o Agulhas, que é o mais alto”, conta Ana.

Para você que ainda tem medo e precisa de um incentivo, Ana deixa um recado. “Eu nunca me coloco em risco, mas sempre me desafio. A sensação de ser capaz, de superar, é sensacional. Não tenha medo. Você pode”, incentiva Ana.