O que você precisa saber sobre a criação de Brasília
Guilherme Renso
Convenhamos que, turista que é turista, pode até ficar com a fama de ser o chato da viagem, mas nunca deixa uma pergunta sem ser feita. Falando nelas, independente se já tenha ido ou não visitar a capital federal, você já deve ter se questionado quais foram as referências de Oscar Niemeyer e Lucio Costa para, respectivamente, criarem as belezuras arquitetônicas e as obras de urbanismo de Brasília.

Ficou curioso, né? Nem pense em apertar o X e ir correndo dar um Google. A resposta, tim tim por tim tim, está aqui. Essa história do Oscar com Brasília começou quando Juscelino Kubitschek assumiu a presidência da pátria amada, no longínquo 1º de janeiro de 1956. Naquela época, o cidadão de Diamantina pretendia construir uma nova capital federal e, essa, por sua vez, seria no Planalto Central. Para tal missão, JK incumbiu seu bbf - best friend forever - Oscar de organizar um concurso que escolheria o plano-piloto para a nova cidade, seleção essa vencida por Lucio Costa.
Era 1933 quando o arquiteto franco-suíço Le Corbusier redigiu um documento chamado Carta de Atenas. Lucio, com seu jeito maroto, já conhecia essas diretrizes como a palma de sua mão. Ela afirma que, para o melhor uso do espaço, é preciso fazer a separação das áreas residenciais, de trabalho e de lazer, através da setorização dos territórios.
Com essas características, o Plano Piloto é constituído em dois eixos principais, em formato de cruz ou avião, como você preferir. A Rodoviária, localizada em um dos Eixos, o Monumental, é o centro de tudo, responsável por ligar leste a oeste. Neste ponto, leste é a cabine do avião e Oeste o final de sua estrutura. Já o Eixão, ou Eixo Rodoviário, são as asas e faz a ligação de norte a sul.
Mas... e o Palácio do Planalto, o Congresso e a Catedral? Chega mais que a gente explica, começando pelo Palácio do Planalto. Oficialmente aberto em 21/4/1960, o local de trabalho do presidente da república foi desenhado de forma que sua estrutura tocasse delicadamente o chão. Detalhe para as colunas finas, que estão assim idealizadas para que pessoas passassem entre elas e se sentissem protegidas. Só esqueceram de combinar os russos, né? Nesse caso, os seguranças.

No tocante ao Congresso Nacional, cada uma das torres possui 28 andares. Ambas abrigam atividades administrativas. Já nas cúpulas, estão os plenários. A convexa (pra cima) é a Câmara dos Deputados e a côncava, o Senado Federal.

A ideia que deu origem ao projeto do Congresso era de que, uma vez pronto, o teto ficasse no nível das avenidas e valorizasse a Câmara e o Senado. Oscar buscava, ainda, a ideia de que, quando as pessoas chegassem, avistasse a Praça dos Três Poderes, da qual o Congresso faz parte.
Sobre a concepção da Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, o ateu Oscar Niemeyer foi ainda mais audacioso. Inaugurada em 1970, o arquiteto pensou a obra com uma nave espacial, através do conceito de que, uma vez na parte interna, o devoto visualizasse o espaço infinito e estabelecesse uma ligação entre a nave terrestre (abadia) e o céu (entidades superiores). Sua entrada foi propositalmente feita em declive, com paredes negras, caracterizando assim uma zona de meditação.

QUER SABER MAIS?
Então confira o documentário Oscar Niemeyer – O arquiteto do século
Tem um link aqui