Minhas inesquecíveis 72 horas em Londres

Flávia Janine

No começo de 2019, minhas realizações de ano novo começaram logo nos primeiros dias. Na hora da virada, fechei meus olhos e uma das coisas que pedi foi: “que eu viaje muito esse ano”. Pois alguns dias depois recebi um e-mail do trabalho, sobre um Workshop que aconteceria em Dublin. Era uma oportunidade incrível por si só, mas que resolvi estender e antes passar por um dos lugares dos meus sonhos: Londres.  

011-trab-foto-1-londres-telefone-vermelho

Tudo aconteceu muito rápido. Emiti as passagens em uma terça-feira, sendo que meu embarque era na quinta à noite. Arrumando as minhas malas um dia antes, ainda não tinha caído em si que aquilo iria mesmo acontecer. Estava me preparando para ir, em minha primeira viagem a trabalho, minha primeira viagem completamente sozinha, para conhecer a Europa, ou melhor, a cidade dos meus ídolos de infância e adolescência. No portão de embarque, a sensação de esperar o voo, que eu considero uma das melhores sensações do mundo, se misturava com um leve medo. Será que é parecido com Nova Iorque?  Será que vou saber me encontrar nos lugares? Mas aquele friozinho na barriga, de estar indo para um lugar novo, era maior que tudo isso.

A chegada

Ao chegar na terra da rainha, a beleza daquela cidade apaixonante fez o meu medo sumir. No hotel, fui logo pegando todas as referências possíveis de se visitar em apenas três dias, período que eu teria para ficar por lá. Aliás, de antemão digo que foram insuficientes diante da quantidade de coisas para se ver lá. Comprei tickets para os icônicos ônibus vermelhos que rodam a cidade toda e param nos pontos turísticos, o que é muito interessante quando se tem pouco tempo, e que também dão direito ao passeio de barco no rio Tâmisa. Dentre os prédios inteiros de vidro que são o estado da arte de modernidade, há toda a cultura dos monumentos incríveis de guerra espalhados, que fazem você se sentir andando pela história. Presente e passado estão vivos nas ruas.

011-trab-foto-2-panoramica-roda-gigante-londres

A troca da guarda

Eu fiquei hospedada no bairro mais central, Westminster, e depois descobri que estava a menos de 10 minutos, andando, do Palácio de Buckingham. É imperdível ver a troca da guarda lá, mas precisa consultar na internet os dias em que eles fazem, pois pode variar. Ao pegar o barco no porto de Westminster, o guia conta de uma maneira sincera e divertida sobre cada lugar, como o Shakespeare Globe, London Bridge e o edifício Shard, que é um arranha-céu que fica perto da London Bridge.

Arte da arquitetura

O destino final é a Tower Bridge. Ao chegar próximo com o barco, o guia conta que era onde traidores da coroa perdiam suas vidas, executados. Impossível não sentir arrepios ao estar diante de um monumento de arquitetura deslumbrante, que tem uma história sangrenta por trás. Outro ponto imperdível é a Abadia de Westminster, onde acontecem os casamentos reais, coroações de reis e rainhas e onde estão enterrados membros da realeza e outros personagens importantes na história do país, como Rainha Elizabeth I, Willian Shakespeare e Charles Darwin. Lá, você vai encontrar velas que pode acender e fazer suas orações em várias partes da igreja. Para quem acredita, é um lugar com uma energia bem forte.

011-trab-foto-3-igreja-abadia

Prepare o bolso

Londres não é uma cidade barata. Tem que preparar o bolso para qualquer restaurante, ponto turístico ou um simples English Tea, que por sinal eu achei delicioso, mas tem gente que odeia. No entanto, é tudo o que eu, e para quem ainda não foi e quer muito ir, sonhou. Já fui para outros lugares no mundo, mas tenho um sentimento especial por essa cidade. Hoje, escrevendo, ainda não sei colocar em palavras o que senti ao respirar pela primeira vez o ar gelado de Londres. A sensação em que tudo fez sentido, de aquele ser O lugar. De pertencer. Coisa que muitas vezes confesso não sentir em São Paulo, cidade onde moro.

011-trab-foto-4-fachada

No aeroporto, já esperando meu voo, aqueles três dias passavam pela minha cabeça como um filme. Foram surreais. Pensava em como foi incrível deixar meus pedidos em uma igreja mais antiga que meu país, e também, em mil maneiras de voltar para ficar. Poderia estudar, trabalhar, pensaria em algo para viver ali. Meus pensamentos foram interrompidos pela chamada do voo para Dublin, onde iria para a segunda parte dessa história, que conto numa próxima vez.