A desafiadora experiência de sair da zona de conforto

Karen Alves e Fernando Reis

Estamos há alguns dias de completar cinco meses nesta nova jornada e, se eu disser que é simples, vou estar mentindo. Se eu disser que é fácil, também. Mas prefiro resumir a experiência como desafiadora. Por quê? Você chega em um lugar para construir tudo do zero, sem conhecer muitas pessoas, sem saber a fundo sobre a cultura e costumes. Você chega e pouco importa quem você foi no seu país.

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Aqui tudo é diferente. Se você já tinha uma carreira consolidada, se vem de uma família importante, se tinha um milhão de referências... aqui não tem mais. Claro que não estou falando no mau sentido. O que eu quero dizer é que você chega em um lugar para começar literalmente “de novo”. Seu currículo te apresenta, sugere suas origens e o que já fez. Mas aqui vai ter que provar cada coisa, desde a sua capacidade, caráter, até a flexibilidade para se adaptar ao “novo”.

Um dos pontos importantes para quem viaja com visto de estudante é aceitar o fato de que, de alguma forma vai ter que começar a jornada de  trabalho fazendo coisas que muitas vezes, no nosso próprio, país não faria. Da primeira vez que eu vim para a Austrália trabalhei como faxineira, garçonete e no Marketing de duas agências de intercâmbio. Vim sem falar nada de inglês e me jogava no que aparecia para conseguir alcançar minhas metas financeiras e com o idioma.

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Sobre o presente

Agora continuo trabalhando como garçonete em café e eventos, e tem sido de um crescimento pessoal absurdo. É cansativo, muitas vezes desgastante, mas a experiência pessoal é realmente incrível. Servir o próximo, tratar como adoraria ser tratada, proporcionar uma boa experiência no momento da comida (que universalmente é um momento importante do dia), não tem preço.

 

Claro que não foi sempre assim, porque quando a gente sai da zona de conforto sempre aparecem os monstros internos para nos confundir e trazer inseguranças. Aí às vezes você atè pensa “o que eu estou fazendo aqui?”. Mas a meta sendo consistente e se você tiver foco as coisas vão se encaixando.

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Uma das maiores dificuldades de morar fora é a saudade da família, dos amigos e dos bichinhos. Por isso, acabamos escolhendo um lugar que já tínhamos amigos, para ajudar no processo de adaptação. Na nossa opinião , é importante que as pessoas tenham em mente algum propósito que elas queiram atingir durante esse período, para que nas fases dos altos e baixos, elas não desistam ou que a experiência, ao invés de ser positiva, se torne traumática.

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Desapegando

É maravilhoso viver esse tipo de oportunidade, porque além de aprender a ter mais empatia, respeitar as diferenças e experienciar coisas novas, você se transforma como ser humano, se desapega de coisas pequenas e começa a se conhecer melhor. Para nós, viagens sempre significaram descobertas pois, viajando, sempre conseguimos enxergar melhor o que estávamos precisando para melhorar em alguma área da vida. Foi em uma viagem para a Itália que o Nando descobriu sua paixão pela gastronomia e foi durante meu primeiro intercâmbio para a Austrália que eu não tive dúvidas que meu propósito estava ligado às artes.

Por isso, “...vamos viver tudo que há pra viver, vamos nos permitir”.  A vida é muito breve para não passar boa parte dela conhecendo esse mundão que fazemos parte.

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Karen Alves e Fernando Reis

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